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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Leituras de Janeiro

Como assim fui assistir Into the Wild só semana passada?! 

Meus dedos coçam, caçoam de mim, estou destreinada pra escrever em um blog.

Novidade do mês: passei no vestibular, sou a mais nova estudante de Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Orgulho da mamãe.

O novo ano veio cheio de tempo pra dar e vender, sem precisar estudar pra vestibular nenhum e mais calma por saber que já estava dentro da federal, comecei esse ano lendo sem parar. Vou falar um pouco sobre o que li esse mês, pois acho que a maioria dos livros merecem indicação.

O amor nos tempos do cólera - Gabriel García Márquez ♥ ♥ ♥ ♥ ♥

Um livro escrito com as entranhas, segundo o próprio Gabo. É o livro fascinante do ainda mais fascinante escritor colombiano Gabriel García Márquez. Uma história sobre os 50 anos de um amor imortal. Mostra que o amor não tem idade para acontecer e que a até mesmo a paciência pode ser sombria. Um romance épico. Indico.

O último olimpiano - Rick Riordan ♥

Para quem leu a saga inteira e tem menos de quinze anos vale a pena, se não, não. Esse livro estava parado a mais de um ano na prateleira, aproveitei as férias para acabar com a culpa moral que sinto ao ver que tenho livros que nunca li. Fraquinho, muita aventura e sem espaço pra respirar.

Admirável mundo novo - Aldous Huxley ♥ ♥ ♥ ♥

Distopia bem elaborada, me lembrou muito 1984 do Orwell, que perde um pouco na parte científica,  mesmo toda essa tecnologia não estando longe dos desejos de alguns homens. Apesar disso, nos faz querer quebrar o bloco de vidro de materialismo no qual estamos submergidos. Não é o livro difícil que eu esperava, mas não deixa de ser aquele murro no crânio que a gente sempre espera de um livro, mesmo que inconscientemente.

A insustentável leveza do ser - Milan Kundera ♥ ♥ ♥ ♥ ♥

Me apaixonei por Milan Kundera. E (thankyougod) não há mais volta. As passagens desse livro são tão belas que muitas vezes merecem uma segunda leitura. É magnífico o quanto o amor pode ser leve e pesado ao mesmo tempo, e o quanto isso depende de pessoa para pessoa. É indiscutível que cada um leva consigo o peso do seu próprio ser e o quanto isso delimita o modo como amamos. Livro para ler, reler e fazer com que mãe, amiga e tia também leiam. Indico.

Fim de fevereiro tem mais, afinal, comecei a ler outro livro do Kundera e mais um do absurdista francês Albert Camus e preciso compartilhar essas maravilhas literárias com o mundo!

Kundera manda beijos, já falei que to apaixonda?


"Sentiu um peso, mas não era o peso do fardo e sim da insustentável leveza do ser."
Kundera.

sábado, 19 de janeiro de 2013

As gotas da arte transcedental

A leitura e a atuação transcendem o próprio ser humano. Ler um bom livro e atuar num palco com plateia são atos destemidos, que fazem nosso peito se abrir para que a alma saia com a rapidez da língua de uma cobra. E nesse efêmero instante em que a alma está disposta ao mundo, frágil, ela engloba a si outras personalidades, por mais peculiares e estranhas que a ela possam parecer e com os sentimentos mais diversos que possam existir. Tudo isso é aceito pelo âmago, são as peças de um quebra-cabeça infinitamente em construção. E com esse encaixe, a alma volta trêmula e farta, com a rapidez mecânica de um estilingue em dia de caça. E essa existência repleta, retorna ao corpo derramando novas paixões, que serão o gás para a continuação da vida. O peito se fecha quase imediatamente, maravilhado com as sublimes gotas de arte, que agora escorrem pelo peito já fechado e instantaneamente cicatrizado.