rua morna de primavera
sem estrelas o céu marinho
prepara-se para a chuva
como o pássaro prepara o ninho
na esquina vem o amigo
e o amigo do amigo
passa o vento lento
a saia
em acalento
ondula no relento
na nuca os beijos
vão descen
do
até o osso
da
velha saboneteira
que
se fosse fosso
se fosso fosse
seria o
melhor fosso
para viver
até o osso