noite úmida e tropical
o vento norte
sacode
agita
balança o varal
chove antes,
chove depois.
vai-se a luz,
na igreja: cruz.
cruzam dedos
cinco beatas
um padre
quatro mulheres
que não são.
não são nada.
nem megeras nem nada.
não querem ser nada
nem mundanas nem
nem nada, nem inertes
nem inócuas nem nada.
cruzam dedos em revelia
querem algo, mas sei lá
quê, sei lá donde, sei lá
porquê.
cruzam dedos,
pra sorte, pro azar, pra amar.
pal'vento norte não engatilhar.
Santa Maria, RS, Brasil. Setembro de 2015.
Lindo poema. Tocante.
ResponderExcluirGracias, Tiago :)
Excluir