aqueles últimos de alguém que precisou de um maço,
pra soltar a amargura que parecia não ter fim.
e na garganta seca,
pousava a borboleta
que um dia no estômago dançou.
e no coração, em forma de mão,
dilatava-se o último murro de irritação
cai como uma folha
e levanta,
sai a rolha, vem o vinho
o corpo gira e a saia começa a balançar
na sala vazia o jazz não para de tocar
e as paredes brancas sabem só rodar.
e nesses desencontros de um coração boêmio
perde-se no caminho a vontade de estar
de lo querer
de lo amar
e no fim de uma corrida impressionante
em busca de si
(dele
das outras)
percebe-se risonha
e esquece, esquece uma porção
dessa grande
grande
desilusão
e lembra que nada supera
bailar jazz de pés descalços no chão.
na estrada de fred west a panambi, fevereiro de 2016.
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Pintura de Michael Carson |
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