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segunda-feira, 30 de julho de 2018

rio por baixo do rio

rio abajo rio
por onde corro
lá fluo
a lua
e solto a mulher
do fim do mundo

resgato aquela
que leva dentro de si
e nos ossos
todo o saber
de como escorrer
pela vertente e até o fim
deste rio
num ciclo
arredio
de começo-fim-começo

rio abajo rio
permito ali meu (re)existir
teço meu próprio ser
o que quero deixar
morrer
o que quero semear,
cuidar e
alimentar
a loba
selvagem que quero
soltar.

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